Lá em Conceição, após um belo almoço à beiro do rio, ao caminhar pelo distrito, uma "creánça" passa de bicicleta e freia o roda de trás para dar aquela derrapada que todos nós adorávamos fazer(e que alguns continuam fazendo, mas de carro).
Bom, ao voltarmos ao restaurante, meu amigo perguntou ao menino:
- Que qué esse, creánça?
- Uma biciCRÉta.
- (Rs) Não,
esse que tá na sua mão!
- É comida pru caTCHOrro.
É isso ai, pessoal. Viva a pluralidade fonética do nosso país.
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Para aqueles que não daqui, vai uma explicação:
Cuiabá e região têm um sotaque peculiar, assim como outros pontos de nosso país. Óbvio que nem todos falam de tal maneira. E, com todo o respeito, soa bem engraçado às vezes. Algumas das mudanças fonéticas (sem falar do vocabulário) é trocar o ISSO por ESSE: "O que qué esse?" Outro caso: toda vez que há o dígrafo CH (como em cachecol) ele é pronunciado como se fosse um TCH (como em tchau), assim sendo, caCHOrro, fica na fala: caTCHOrro. Por isso dizem que Cuiabanos comem "PeTCHE com MaTCHITCHE." Definitivamente, uma região rica - em vários sentidos - que merece ser conhecida e se vocÊ comer a "Cabeça de Pacu" não sai mais daqui ou acaba voltando muito em breve.